quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Transplantadas mais de 400 corticeiras-do-banhado na construção da BR-448
A BR-448 – Rodovia do Parque está inserida em uma região do Bioma Pampa próxima ao Parque Estadual Delta do Jacuí, importante Área de Preservação Permanente (APP). No Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento foram detectadas mais de 200 espécies de plantas, distribuídas em 74 famílias. As estratégias traçadas para minimizar os impactos sobre a flora da região e manter a diversidade, incluiu o transplante de árvores imunes ao corte (corticeiras-do-banhado, figueiras, butiás e jerivás) e a realocação de epífitas (plantas que vivem sobre outras plantas).
Durante a implantação da rodovia, o DNIT, por meio da Gestão Ambiental (STE S.A.) transplantou 476 árvores, destas, 429 corticeiras-do-banhado, como explica a Engenheira Florestal da STE S.A., Sílvia Aurélio. “Ao longo da obra foram transplantadas 476 árvores imunes ao corte ou protegidas pela legislação, sendo: 429 da espécie Erythrina crista-galli (corticeira-do-banhado), 10 Butia capitata (butiazeiro), 17 Ficus sp. (figueiras) e 20 Syagrus romanzoffiana (jerivá)”. Com um índice de pega (sobrevivência) em torno dos 70%, as corticeiras são as espécies mais abundantes na área de influência da rodovia e também as mais resistentes aos transplantes, observa a engenheira. “Esta espécie é altamente resistente ao procedimento de transplante e tem a capacidade de emitir brotações pouco tempo após a poda. No entanto ela possui tronco e ramos frágeis, que quebram facilmente e exigem cuidados no momento do transplante”.
Para as plantas que não resistem ao processo, são aplicadas as compensações que podem variar. “A compensação se dá nos termos do art. 34° da Lei Estadual nº 11.026/97 (Código Florestal Estadual), que determina o plantio de 15 mudas da mesma espécie pra cada indivíduo imune ao corte que não sobrevive. Porém o órgão ambiental pode atribuir uma compensação maior dependendo do porte, beleza cênica e importância” destaca Sílvia.
Desde a finalização dos transplantes a equipe monitora o estado fitossanitário (saúde) das árvores e definem os resultados obtidos de forma satisfatória. “Os transplantes de árvores protegidas foram finalizados no ano de 2013 e estão sendo monitorados pela equipe de supervisão ambiental. Foram alcançados bons resultados de sobrevivência das árvores”, finaliza Sílvia.
Conheça um pouco mais sobre a corticeira-do-banhado
De grande importância ecológica, a corticeira-do-banhado é uma árvore que ocorre desde o Maranhão até o Rio Grande do Sul e está presente em terrenos úmidos e formações abertas secundárias. O interesse por estas espécies deve-se ao fato de serem árvores nativas, com características ornamentais, belo arranjo espacial arquitetônico e por abrigar plantas epífitas (bromélias, cactáceas e orquídeas), no caso da corticeira-do-banhado, atraindo aves e insetos.
Por http://www.rodoviadoparque.com.br em 14.01.2015
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