terça-feira, 11 de março de 2014
Com Rodovia do Parque, tempo de viagem pela BR-116 diminui pela metade
Nova rota consegue cumprir com a incumbência de desviar 40% do tráfego da rodovia vizinha.
A duração da viagem entre o Vale do Sinos e Porto Alegre pela BR-116 caiu quase pela metade, sob o efeito da Rodovia do Parque (BR-448) como alternativa ao trânsito. Essa foi a principal constatação feita por Zero Hora na manhã da última segunda-feira, ao percorrer as duas estradas e comparar com o tempo de deslocamento antes da inauguração da BR-448, ocorrida em 20 de dezembro de 2013, e aberta ao tráfego dois dias depois.
Passado o Carnaval e o período de férias mais disputado, que afetaram a movimentação nas estradas gaúchas, a nova opção de trajeto entre a Capital e o Vale do Sinos sugou parte do fluxo e possibilitou o percurso na BR-116 em 48 minutos, entre 7h15min e 8h03min da antiga prefeitura de São Leopoldo até o Paço Municipal de Porto Alegre. Foram 41 minutos a menos do que no deslocamento feito entre as 7h15min e as 8h44min no dia 16 de dezembro de 2013, antes da inauguração da Rodovia do Parque.
Mesmo sendo possível transitar por boa extensão da BR-116 a 80 km/h, a velocidade média foi reduzida por causa dos pontos que ainda congestionam, alguns comuns às duas BRs, como a região da freeway em frente à Arena do Grêmio e a Avenida Castelo Branco, na Capital. Se no ano passado a velocidade média foi de 23 km/h, agora aumentou para 43 km/h, mas ainda muito aquém do máximo permitido na maior parte dos trechos, de 80 km/h. Quer dizer, a fluidez do trânsito na BR-116 e ao sair dela e da Rodovia do Parque em Porto Alegre ainda poderia melhorar muito.
Na Rodovia do Parque, a fluidez é exemplar e, ao que tudo indica, ela está conseguindo cumprir com a incumbência de desviar 40% do tráfego da rodovia vizinha. Ontem pela manhã, não havia nenhum ponto de congestionamento, e os motoristas conseguiam acelerar no limite da estrada, a
100 km/h. Os 22,3 quilômetros entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre foram percorridos em 18 minutos pela reportagem, a uma velocidade média de 74 km/h. Já o trajeto total, da prefeitura velha de São Leopoldo ao Paço Municipal da Capital, levou 46 minutos — somente dois minutos a menos do que a equipe que seguiu pela BR-116, o que comprova a existência do gargalo a partir da Arena.
ma das vantagens da BR-448 apontada por usuários de automóveis é a presença restrita de veículos pesados, como caminhões, ao contrário do que ocorre na BR-116. No horário em que a reportagem fez o trajeto pela BR-448, entre as 7h22min e as 7h40min de ontem, apenas cinco caminhões passaram pelo carro de Zero Hora.
Uma das explicações para o tráfego reduzido de caminhões se dá pelo fato de a BR-448 passar ao largo dos municípios de Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas. Não proporcionando uma ligação com os centros das cidades, a rodovia não se torna alternativa para quem for acessar esses locais. É opção, principalmente, para quem se desloca para a Capital e o sul do Estado. O que ainda pode mudar.
— Creio que é uma questão de tempo até esse motorista ter a 448 como opção — avalia o policial rodoviário João Francisco de Oliveira.
Motoristas reclamam de dificuldade nos acessos da BR-448
Ainda que a fluidez na BR-448 seja exemplar, a rodovia não é unanimidade entre os motoristas. Para os usuários que optam pela estrada, o percurso rápido entre a Capital e o Vale do Sinos e o número reduzido de caminhões é frustrado por acessos limitados, que exigem paciência dos motoristas. Há quase uma década deslocando-se diariamente até Porto Alegre, saindo de Novo Hamburgo, o empresário Vinicius Copetti afirma que a BR-448 é uma "calmaria dentro do mar de congestionamento" do entorno.
— Há dias em que chego a levar 20 minutos da BR-448 até a BR-116, em Sapucaia — conta.
Os acessos à rodovia são, de fato, o maior problema, principalmente nos horários de movimento acentuado, como nas primeiras horas da manhã e no final de tarde. Para quem sai do Vale do Sinos, é preciso muita paciência sobre o viaduto que liga a BR-448 à freeway. Dependendo do horário, o trajeto até a prefeitura da Capital pode durar mais de 20 minutos. São pelo menos três acessos que seguem fechados após a entrega da estrada: ao centro de Canoas, ao Parque de Exposições Assis Brasil (Esteio) e à praia de Paquetá. Zero Hora contatou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) por telefone e e-mail para saber quando os acessos deverão estar concluídos. Até o fechamento desta edição, o Dnit não havia respondido.
No sentido contrário, o acesso pela freeway é dificultado no fim de tarde, devido ao movimento acentuado na Avenida Castelo Branco. Depois de cruzada a ponte estaiada, em frente à Arena do Grêmio, o trajeto pela Rodovia do Parque é novamente tranquilo, mesmo que acentuado. O problema passa a ser o acesso à BR-116 em Sapucaia do Sul, onde está sendo construída uma elevada, prevista para estar concluída em junho.
Outra questão levantada pelos usuários da rodovia é a má iluminação, principalmente no trecho de Canoas. Pouco depois de um mês da inauguração da obra, os 5,9 quilômetros que passam pelo município sofreram com a ação de assaltantes que furtaram fios de cobre. A iluminação da ponte estaiada também foi alvo dos bandidos. Conforme a PRF, o Dnit ainda estuda ações para coibir este tipo de crime.
Detalhe ZH
Na Rodovia do Parque, o problema é alta velocidade
Desde sua inauguração, a alta velocidade é a principal infração observada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia do Parque (a BR-448).
Segundo a corporação, a maioria dos acidentes registrados na BR-448 está relacionada à velocidade acima dos 100 km/h para veículos leves e 80 km/h para caminhões. A PRF, o Dnit e a prefeitura de Canoas estudam um projeto para instalação de câmeras de monitoramento ao longo da rodovia, mas ainda não há data prevista para o início das operações. Até lá, o que vale é o bom senso e a responsabilidade dos motoristas.
— A BR-448 é uma via expressa, com asfalto novo e em ótimo estado, tudo que um motorista imprudente precisa — explica o policial rodoviário João Francisco de Oliveira.
Por http://zerohora.clicrbs.com.br em 11.3.2014
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