terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Dnit acredita em continuação das obras da Rodovia do Parque

Apesar de recente sugestão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspensão dos recursos federais para a construção da BR-448, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado não acredita que as obras sejam paralisadas. O relatório do TCU indicou que nos três contratos da Rodovia do Parque houve superfaturamento, decorrente de itens pagos em duplicidade, de preços excessivos frente ao mercado, de quantitativo inadequado e de reajustamento irregular. “Esta é a obra mais importante no Rio Grande do Sul. Essa obra não pode parar, e estamos trabalhando para isto”, afirma o superintendente regional do Dnit, Pedro Luzardo Gomes. Cerca de 60% dos serviços previstos para a construção da BR-448 já haviam sido executados até o começo de novembro. O valor atual estimado para concluir o empreendimento é de R$ 996,3 milhões. A obra está prevista para ser terminada entre o final de 2013 e o início de 2014. No começo de novembro, mais de mil pessoas trabalhavam no complexo. A BR-448 será uma rodovia de pista dupla, começando no entroncamento com as BR-116 e RS-118 (Sapucaia do Sul) e acabando no entroncamento com a BR-290 (Porto Alegre), em uma extensão de 22,34 quilômetros. Existe ainda a possibilidade de a estrada ser estendida até a RS-240, nas proximidades do município de Portão. A licitação realizada em Brasília indicou o consórcio Magna/Enecon para fazer o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, com determinação de traçado, para a definição da expansão. A ordem de serviço para o início da construção da Rodovia do Parque foi dada em setembro de 2009. O empreendimento foi fragmentado em três lotes. O primeiro está sendo feito pelas companhias Sultepa e Toniolo Busnello, o segundo pela Construcap e Ferreira Guedes, e o terceiro pela Queiroz Galvão, OAS e Brasília-Guaíba. O primeiro tem uma extensão de 9,14 quilômetros, o segundo de 5,3 quilômetros e o terceiro de 7,9 quilômetros. O lote 1 contará com duas faixas de rolamento, e o 2 e 3, com três faixas. O consórcio gerenciador da BR-448 é formado pelas empresas Enecon e STE. Para finalizar a estrada, será necessário deslocar algumas famílias que vivem na região. Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Canoas, até o começo de outubro, das 599 famílias cadastradas para serem realocadas, 182 já haviam deixado a área onde está sendo implementada a rodovia. O processo de remoção acompanha os avanços da obra da estrada. Outro processo de liberação de área é o de desapropriação em que as pessoas têm a posse do imóvel em questão. Iniciado com uma projeção de expropriar 149 áreas – identificadas no começo do projeto da Rodovia do Parque – o programa chegou ao final com um total de 143 processos. Deste montante, 127 já estão encerrados, chegando à marca de 89% de acordos fechados. No total, o Dnit pagou aos proprietários dessas áreas R$ 65,1 milhões em indenizações. Para o superintendente do Dnit, este resultado só foi possível devido à oportunidade de dialogar frente a frente com as partes. Gomes reforça que os mutirões conciliatórios promovidos pela Justiça Federal foram uma iniciativa que deu certo. O integrante do Laboratório de Sistemas de Transportes (Lastran) da Ufrgs e doutor em transporte João Fortini Albano salienta que a BR-448 será uma opção de deslocamento na Região Metropolitana de Porto Alegre e uma alternativa para o transporte de cargas que tenham como destino ou origem o porto do Rio Grande. Ele acrescenta que a perspectiva de que o traçado da rodovia seja expandido até o município de Portão, na RS-240, permitirá absorver parte do fluxo de cargas da Serra gaúcha. “Então, ela vai progressivamente se tornando cada vez mais importante”, adianta Albano. Apesar da relevância da Rodovia do Parque, o especialista também enfatiza que é necessário fazer a ampliação da freeway, da ponte do Guaíba até a intersecção com a BR-116, em uma primeira etapa, e, em uma segunda fase, até Gravataí. A ação facilitaria o atendimento do aumento do tráfego com a BR-448. Outra sugestão de Albano é de que a linha 1 da Trensurb seja “enterrada” desde Canoas, acabando com a segregação que a estrutura provoca hoje nessa cidade. Além disso, essa medida possibilitaria o alargamento da BR-116 e da avenida Castelo Branco. “É claro que isso acarreta custos, entretanto, os benefícios seriam monumentais”, afirma o professor do Lastran. Por http://jcrs.uol.com.br em 22.11.2012

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