sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Partidos disputam anúncio do metrô de Porto Alegre

Em um jogo político que se estendeu durante toda quinta-feita e prossegue nesta sexta, o governo do Estado decidiu praticamente dobrar sua participação financeira nas obras do metrô de Porto Alegre, de forma a que ela chegue a R$ 1 bilhão, incrementando seu mérito no projeto e garantindo o anúncio nesta sábado. O valor corresponde a 20% do custo total da obra, que é de R$ 5 bilhões, e a 28,5% do valor a ser colocado no projeto pelo poder público, que é de R$ 3,5 bilhões, já que o R$ 1,5 bilhão restante caberá à iniciativa privada. Pelo que já estava acordado entre as três instâncias do poder público, além do R$ 1 bilhão a fundo perdido acertado em 2011, a União bancaria a fundo perdido agora mais R$ 1,3 bilhão. O Estado, além de contrapartida de R$ 350 milhões acertada em 2011, garantiria, via financiamento, uma segunda parcela, entre R$ 250 milhões e R$ 350 milhões. Iguais valores caberiam à prefeitura. As segundas parcelas dos valores serão anunciadas amanhã pela presidente Dilma Rousseff, em Porto Alegre. Mas, com a mudança, a União coloca a fundo perdido R$ 1,8 bilhão, o Estado garante R$ 1 bilhão e a prefeitura permanece na faixa dos R$ 700 milhões.
Na noite de ontem, integrantes do Piratini, tendo à frente o secretário estadual do Planejamento, João Motta, prosseguiam no fechamento da costura do acordo com o governo federal. Motta recebeu orientação expressa do governador Tarso Genro, que retorna hoje do Chile, para aumentar a participação ao máximo. 'Como estamos aumentando nosso espaço de endividamento, temos condições de aumentar nossa participação. Nós temos esta margem', informou Motta. A estratégia tem por objetivo colar no governo do Estado a imagem de que não mediu esforços para viabilizar o projeto e, ao mesmo tempo, deixar com a prefeitura qualquer responsabilidade sobre dificuldades nas negociações, já com vistas à eleição de 2014. Ela foi colocada em prática após o prefeito José Fortunati, do PDT, negar ontem pela manhã, via Twitter, que as negociações sobre os percentuais de participação da União, Estado e prefeitura estivessem fechadas desde segunda-feira e insistir que a capacidade de endividamento da prefeitura estava no limite. A ideia inicial dos apoiadores de Tarso era anunciar que o Estado bancaria tudo o que a prefeitura não fosse capaz de fazer. Mas articuladores de Fortunati também entraram em campo e, ao final, para que o Estado possa aumentar sua participação e capitalizar a iniciativa, a saída foi reduzir a participação da União. Como o governo federal tem sobrando ainda R$ 18 bilhões dos R$ 50 bilhões do PAC da Mobilidade Urbana, nada impede que, em um segundo momento, com a apresentação de um novo projeto, os recursos da União a fundo perdido voltem a ser turbinados. Por http://www.correiodopovo.com.br em 11.10.2013

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