quarta-feira, 22 de junho de 2011

Rodovia do Parque deve ficar pronta em 2012


Se tudo der certo, a Rodovia do Parque (BR-448) estará concluída em agosto de 2012, quatro meses antes da projeção feita pela direção do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) no Estado. A previsão, que só não será confirmada caso haja algum atraso nos assentamentos das cerca de 500 famílias que residem num dos trechos do traçado de pouco mais de 22,3 quilômetros, reflete uma peculiaridade da execução do projeto. Há uma empresa responsável por gerenciar passo a passo a execução. A faceta, que ainda é atributo de poucas obras rodoviárias no País, revela a precaução do governo federal para prevenir interrupções indesejadas, como decisões judiciais, eventual problema apontado pelo temido Tribunal de Contas da União (TCU) ou mesmo impasses na área socioambiental.
O resumo da obra é que a BR-448 é muito mais que uma rodovia. É um sistema complexo e já é modelo para o Brasil. Outros destaques são a engenharia e a arquitetura, que preveem uma ponte estaiada – neste tipo de solução os pilares são sustentados por cabos de aço - com largura da pista que se habilita a ser a maior já construída na América do Sul. Quando os motoristas estiverem percorrendo seu trajeto, principalmente para escapar dos engarrafamentos da BR-116 (que corta Canoas e conecta a Capital ao Vale dos Sinos e à Serra), jamais saberão, por exemplo, que no meio do caminho da construção havia não uma, mas quatro casinhas de João de Barro. Também surgiram furões, cobras, árvores a serem transplantadas e dezenas de famílias ocupando terreno de risco e de forma irregular.
“Grandes obras rodoviárias exigirão cada vez mais uma gestão ambiental. Temos de prever tudo que pode acontecer”, assinala Adriano Panazzolo, coordenadorgeral da gestão ambiental do projeto feito pela empresa Serviços Técnicos de Engenharia (STE). Ela venceu a concorrência e se especializa, pois já cuida do ambiente na duplicação da BR-392, entre Pelotas e Rio Grande. Na remoção dos habitantes da Vila Dique, que fica no trajeto do lote 3, o Dnit decidiu bancar a construção de moradias. É a primeira vez que isso ocorre em projetos recentes no País.
O superintendente do Dnit no Estado, Vladimir Casa, atesta que o acompanhamento ambiental foi intensificado nos anos 1990. “Hoje é imprescindível e há exigência da sociedade, não só da legislação do setor”, observa o responsável pelo departamento. A duplicação da BR-101 Sul foi a estreante das obras no Sul com este aparato de acompanhamento. Os consórcios vencem a disputa, e duas empresas – de gestão ambiental e de gerenciamento – monitoram e auxiliam na execução dos planos em cada segmento. “Talvez por isso não tivemos nenhum problema até agora”, afirma Casa com alívio.

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