sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ciclovias - Porque sim!

Há tempos a bicicleta deixou de ser considerado um veículo direcionado somente ao esporte e lazer, principalmente, em pequenas e médias cidades onde ela é utilizada como meio de transporte. Prevendo o caos no trânsito e considerando o grande número de crianças, jovens e adultos deslocando-se às escolas, trabalho e ao comércio através da bicicleta, há mais de duas décadas as ONGs ambientalistas do RS já cobravam das prefeituras a construção de ciclovias. Lembro-me que os políticos da época, sem noção, acreditavam que a intenção dos ecologistas, considerados utopistas, românticos, anarquistas, era a extinção dos automóveis. Quanto despreparo! Anos se passaram e as cidades não contam com ciclovias inclusive a minha, apesar de ser privilegiada, pois sua superfície é plana facilitando a movimentação do veículo. Além disso, muitas mortes poderiam ter sido evitadas. A maioria dos prefeitos do interior se realizam asfaltando ruas. Transformam avenidas, ruas estreitas com curvas fechadas, em pistas de corrida. Orgulhosos, entregam suas "obras" à população ignorando o indispensável: o passeio público destinado a pedestres e a pista exclusiva para ciclistas. Transgridem a Constituição Federal que garante a dignidade de quem se desloca caminhando e desconsideram o Código de Trânsito onde diz que pedestres e ciclistas têm a preferência. Por essas e outras absurdezas, somos campeões em acidentes no trânsito. É prática antiga operários interioranos, afim de economizarem com transporte coletivo, se locomoverem de suas cidades de origem para trabalharem em localidades vizinhas através da bicicleta por ser um veículo barato, de fácil aquisição e conservação. E também, devido ao monopólio do transporte coletivo intermunicipal que libera o embarque de passageiros, em cada município, somente à uma empresa de ônibus. e proíbe usuários ingressarem em outras que oferecem diferentes opções de horários. Além de pedalarem sob chuva, frio, sol escaldante por rodovias movimentadas, sem acostamento e o limite de velocidade não é respeitado, obrigam-se a trafegarem na contramão para obterem melhor visualização evitando serem atropelados por algum veículo desgovernado "dominado" por um motorista desvairado do trânsito. Nos municípios não há bicicletários. Bicicletas são estacionadas sobre os passeios públicos obstruindo a passagem dos pedestres ou amarradas em árvores, postes, cercas, portões de residências quando em cada quadra das cidades o estacionamento determinado a um automóvel poderia ser cedido para mais de dez bicicletas estacionarem. Sabemos que o passeio público é de uso restrito dos pedestres. Ruas, avenidas estradas, dos veículos automotores. E o lugar exclusivo para bicicletas transitarem? É correto um veículo frágil disputar espaço com automóveis, motocicletas, ônibus, caminhões pesados e de grande porte? É evidente que NÃO! Portanto, chega de tanta polêmica em função das bicicletas. A construção de ciclovias não pode transformar-se numa questão de ser contra ou a favor delas. Se ciclista também é trânsito, é obrigação das concessionárias de rodovias e prefeituras de pequenas, médias e grandes cidades assumirem ciclovias e criarem leis exclusivas para as bicicletas. Alguém acredita em convivência pacífica no trânsito entre pedestres, motoristas e ciclistas? Logo, incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte e propagandear seus benefícios proporcionados à saúde e bem-estar de todas as formas de vida existentes no planeta sem dispormos de ciclovias, torna-se um ato irresponsável. Precisamos, urgentemente, de ciclovias por questão de segurança caso contrário, continuaremos contribuindo para o aumento de óbitos no trânsito. Leatrice Borges Piovesan - Ecologista de São Sebastião do Caí Por http://wp.clicrbs.com.br/doleitor em 07.6.2012

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