sexta-feira, 20 de julho de 2012

Estudo ajudará Canoas a definir ações preventivas aos acidentes de moto

Saber quem são os motociclistas que circulam na cidade e quais os locais em que eles mais se acidentam ajudará a direcionar os trabalhos de sinalização, prevenção e de educação para o trânsito e os serviços de socorro. Esta é a proposta do estudo que Canoas participa com a ONG internacional Global Road Safety Partnership, explica Leandro Machado, da unidade de Trânsito e Fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade. No final de junho, a ação Raio-X Sobremotos, realizada com a Oscip Instituto Sobremotos, também coletou informações importantes. “Não podemos generalizar o perfil do condutor”, diz o presidente do Instituto Sobremotos, Jaime Nazário. Do total de 563 acidentes com lesão registrados em vias de Canoas entre janeiro e março deste ano, 325 envolveram motocicletas. Neste número, 246 são homens e 46, mulheres. Mas o que chama atenção do secretário-adjunto Carlos Candiota é o crescimento de ocorrências a partir das 10 horas que diminui até as 22 horas. “É o período de telentregas. Há um contraponto na cultura das pessoas, que reclamam do comportamento do motoboy nas ruas, mas quando pede algo quer que chegue logo”, comenta. Boqueirão é ponto crítico As informações dos primeiros três meses do ano confirmam que a BR-116 concentra o maior volume de ocorrências com motos - 45 casos. Porém, o secretário-adjunto de Transportes e Mobilidade, Carlos Candiota, cita a Avenida Boqueirão como local mais crítico e onde 20 motociclistas se acidentaram. Entre as cinco vias mais perigosas na cidade figuram a Guilherme Schell (22), Santos Ferreira (20) e Rio Grande do Sul (18). “O para-choque é tua cabeça” No trabalho de conscientização que realiza há cinco anos em Canoas, o presidente do motoclube Clã Destino, Édio Sasso, busca passar sua experiência de 35 anos de condutor. Ele diz que em 90% dos acidentes a culpa é do próprio motociclista e que, na maioria dos casos que acompanhou, as vítimas tinham entre 18 e 25 anos e dois anos de habilitação. “O duas rodas sempre vai sofrer. O para-choque é tua cabeça”, enfatiza, sobre a fragilidade a que está exposto quem dirige este tipo de veículo. Sasso acredita que o esforço tem que ser na prevenção e na formação de novos condutores. “A moto é econômica, prática e rápida. Não tem como ser substituída. É preciso ter consciência de que é perigoso.” Fatalidade no deslocamento Coordenador de Enfermagem do Samu em Canoas, Gustavo Correa afirma que o maior número de atendimentos do serviço a acidentes na BR-116 é a motociclistas. “A maioria é quem faz telentrega, que ganha por banda e tenta fazer um monte o mais rápido possível.” Porém, ele destaca que as vítimas fatais e os acidentes de maior gravidade ocorrem entre os condutores que usam o veículo para transporte. Correa reforça a necessidade do deslocamento seguro. “De novembro (de 2011) até hoje, entre os profissionais das motolâncias houve um único acidente leve.” Análise dos dados O secretário-adjunto municipal de Transportes e Mobilidade, Carlos Candiota, informa que ainda este mês ocorrerá a terceira reunião de análise de acidentes de Canoas. Os encontros são quinzenais. Participam do grupo de trabalho representantes da Fiscalização de Trânsito, do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, da Polícia Rodoviária Federal, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Brigada Militar. “A parceria é importante porque cada um vê um detalhe de uma mesma ocorrência”, observa Candiota, que faz uso ainda das informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Por Jornal Diário de Canoas em 19.7.2012

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