Quem vem de Porto Alegre ao Vale dos Sinos diariamente, vê às margens da BR-116, em Esteio, muito lixo e entulho acumulado. A provável origem é a Vila Pedreira, ao lado da rodovia, no quilômetro 256. O risco de acidentes é iminente, pois os resíduos são colocados no acostamento. Tanto a prefeitura quanto o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fazem limpeza periódica. Por mês, são retirados quatro caminhões cheios com capacidade de 12 metros cúbicos. O tema é abordado com frequência no Jornal VS, mas o problema continua.
Mutirão de limpeza
O lixo doméstico é recolhido na Vila Pedreira nas manhãs de segunda, quarta e sexta-feira de acordo com o Secretário de Obras interino, José Luiz da Silva. Mesmo assim, uma equipe precisa retirar o lixo acumulado na rodovia a cada 20 dias. “Não é por falta de recolhimento que o entulho acumula. É falta de consciência das pessoas que moram ali”, afirma Silva. Um mutirão ocorre até 15 de março na vila para retirada de restos de poda e móveis velhos. “Avisamos aos moradores para que juntem o máximo de descarte para que possamos levar embora.”
Localização das moradias preocupa
Segundo o analista de infraestrutura do Dnit, Luciano Santarém, há cerca de um ano, foi colocada no local uma placa avisando que é proibido colocar lixo à beira da rodovia. Mesmo assim, uma equipe contratada para fazer a restauração e a manutenção da BR-116 acaba tendo que recolher o entulho acumulado no acostamento do quilômetro 256 a cada 15 dias. “O Dnit e a prefeitura fazem essa limpeza. Quem chega primeiro leva o lixo. Existe essa preocupação até porque é a entrada da cidade”, afirma. Segundo Santarém, o certo seria não ter moradores nas proximidades da rodovia. “Não é certo ter uma vila naquele local.”
Situação persiste há cerca de 15 anos
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão de Esteio, o local onde hoje existe a Vila Pedreira foi ocupado antes mesmo da emancipação de Esteio, que tem 57 anos. Já o problema do acúmulo do lixo às margens da BR-116 no quilômetro 256 existe há cerca de 15 anos.
Valdir Vargas Rodrigues, 61 anos, mora na Vila Pedreira há 20 anos e é vice-presidente da Associação dos Moradores. Conforme ele, um dos motivos para o acúmulo de lixo no acostamento da BR-116 é que muitos moradores trabalham com reciclagem.
“Nós tentamos fazer com que as pessoas não joguem lixo ali, mas é difícil. O caminhão recolhe o lixo doméstico três vezes por semana, mas existe uma área, próxima à nova passarela, onde o caminhão não entra, e isso faz com que as pessoas descartem em local incorreto”, afirma Rodrigues.
418 famílias à espera da regularização
O supervisor geral da Secretaria de Planejamento e Gestão de Esteio, Márcio Stefani, afirma que o caminhão do lixo, em função do porte, não tem acesso à área citada por Rodrigues. Por isso, foi instalada uma lixeira nas proximidades, mas a mesma não vem sendo adequadamente utilizada pela comunidade local.
Atualmente, existem 418 famílias morando na Vila Pedreira e todas esperam pela regularização do local, o que ainda deve demorar segundo Stefani. De acordo com ele, para isso ocorrer, é preciso que a vila recue 15 metros da BR-116.
“Já autorizamos a individualização dos lotes, pois se trata de um só terreno, onde o IPTU é único, e já demos andamento à anistia da dívida desse imposto. A intenção é regularizar, pelo menos, os fundos da vila, que fica 15 metros longe da rodovia, mas, para isso, não temos um prazo”, acrescenta.
Por Jornal Vale do Sinos em 23.02.2012
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