sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dnit diz que colocação de sinaleira na BR-116 seria risco para pedestres

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) decidiu vetar a instalação da sinaleira para pedestres junto ao semáforo que dava acesso à Avenida Unisinos na BR-116, no quilômetro 250, aguardada pela comunidade local. Desde a inauguração do viaduto da Unisinos, em 31 de janeiro, a permanência ou a retirada do semáforo virou motivo de debate entre Dnit e moradores, que estão preocupados com a segurança de quem cruza de um lado a outro da rodovia. “Avaliamos que a colocação de uma sinaleira seria um risco muito grande para os pedestres e por isso estamos vetando essa ideia”, afirma o supervisor do Dnit, Carlos Adalberto Pitta.

A decisão foi comunicada ontem a moradores do bairro São João Batista, que se reuniram com representantes do Dnit e da Policia Rodoviária Federal para tratar também da construção da passarela, cobrada há anos com o mesmo propósito, uma travessia segura. Em uma previsão otimista, o chefe do serviço de engenharia do Dnit, João Loureiro, acredita que no final do mês a passarela possa sair do papel e seja possível compor o edital para licitação. “A passarela é nossa prioridade e estamos finalizando o projeto. Ainda há questões técnicas que devem ser aprovadas por Brasília, bem como a aprovação do orçamento.”
Projeto
A passarela será construída a 250 metros de onde está localizado o semáforo em questão, no sentido interior-capital. Ela contará com duas rampas e escadas de acesso. “Serão rampas suaves para acesso e escadas para quem estiver com pressa”, explica a integrante da área de projetos do Dnit, Terezinha Barth (D), que explicou o projeto ao lado da engenheira do Dnit, Raquel Osório. Morador do bairro, o segurança Fernando Friedrech, de 58 anos, teme pela segurança dos pedestres. “Já utilizei a passagem do viaduto, porém é muito longe de onde moro. As travessias ocorrem bem ali onde é a sinaleira e os pedestres vão seguir atravessando ali, por isso, é urgente a a passarela”, diz ele.
Menos acidentes
O chefe do núcleo de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, José Antônio Brasil, afirma que o número de acidentes junto ao semáforo diminuiu. Antes da conclusão do viaduto, o quilômetro 250 estava entre os 70 mais perigosos do País, na 18.ª posição com registro de acidentes e vítimas. “Após a inauguração do viaduto, ocorreram no local 11 acidentes sem vítimas quando o semáforo ainda estava ativo e não em amarelo intermitente, pois os motoristas não respeitavam o sinal vermelho. Por isso, a posição da PRF é não reativar a sinaleira.”

Após a inauguração, o semáforo permaneceu ativo por 23 dias e, atualmente, está em amarelo intermitante, para alertar motoristas sobre a travessia de pedestres. Questionado se uma faixa de segurança no trecho não seria alternativa para ampliar a segurança da travessia no local, o supervisor do Dnit afirma que não, pois o Código de Trânsito Brasileiro prevê que os carros têm que parar para o pedestre passar em uma faixa, o que é inviável na rodovia. O presidente da Associação de Moradores do São João Batista, Luis da Silva, ficou desapontado com a reunião. “Não esperava que não haveria um retorno mais preciso da passarela e nem que a sinaleira para pedestres seria vetada. Vamos esperar a próxima reunião, dia 10 de maio, para, quem sabe, ter novidades.”
Manifesto contrário
A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo (ACI) manifestou, em nota, ser contrária à volta da sinaleira: “Uma mostra de desperdício do dinheiro público que serviria à segurança dos pedestres, motoristas, fluxo de veículos e da inteligência da BR-116, mas que, nesta forma alternativa, debilita os esforços conjuntos e traz o retorno de inúmeros problemas de retenção de veículos”, afirma o presidente da ACI, Marcelo Clark Alves.

A presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de São Leopoldo (ACIS), Rosângela Maria Herzer, concorda. “Seria um retrocesso, que acabaria com um empenho de anos para a construção do viaduto, que contribui para a fluidez do trânsito e para a segurança das pessoas. Quando a sinaleira estava funcionando, eram madrugadas de acidentes e assaltos, além de congestionamento. As Acis da região fizeram campanha ano passado da BR livre.”

Por jornal Vale do Sinos em 13.4.2012

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