quinta-feira, 3 de maio de 2012
As melhores cidades para andar de bicicleta no Brasil
O atropelamento de uma ciclista em plena Avenida Paulista, coração da cidade de São Paulo, mostrou da pior maneira como as capitais brasileiras ainda estão despreparadas para a nova realidade de transportes alternativos.
Apesar disso, o incentivo para o uso de bicicletas nas capitais brasileiras, vem crescendo a olhos vistos, bem como a conscientização da sociedade, que cada vez mais percebe a importância de reduzir em prol de cidades menos poluídas e trânsito menos caótico.
Grandes capitais e pequenas cidades já começam a perceber e criar subsídios para o uso das bicicletas não apenas como forma de lazer, mas como meio de transporte.
O litoral paulista, por exemplo, está o à frente da realidade brasileira, com a criação de ciclovias e ciclofaixas, já que na região a bicicleta é um meio de transporte muito usado para realizar as atividades cotidianas. O litoral de São Paulo conta com 266 km de ciclovias espalhados pelas 12 maiores cidades da região.
São Paulo ganhará duas novas ciclovias, na zona leste da cidade, a partir de março. Para o Rio de Janeiro a previsão para 2012 é uma malha de 300 quilômetros de ciclovias até o próximo ano
Ao todo, o Brasil conta com pouco mais de 600 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas por todo seu território. Veja a seguir a lista com as melhores cidades para se andar de bicicleta com mais segurança e conforto no Brasil.
Santos (SP)
Por ser uma cidade plana e com clima agradável, Santos, no litoral de São Paulo, é uma das cidades com mais estrutura para o ciclismo urbano. A cidade tem cerca de 20 quilômetros de ciclovia. E não é apenas na orla da praia que é possível pedalar tranquilamente. A malha cicloviária santista interliga várias regiões da cidade e vai da divisa com São Vicente na orla até a área portuária (veja o mapa). Outro ponto importante a ser destacado sobre a cidade litorânea é o número de pessoas que atravessam o “Ferry Boat” que liga Santos a Guarujá de bicicleta.
Sorocaba (SP)
Sorocaba, no interior de São Paulo, pode ser considerada um bom modelo de cidade que pensa na bicicleta como meio de transporte. A cidade conta com 60 quilômetros de vias para bicicletas, uma das maiores redes do País. Todas ciclovias possuem padrão com pintura vermelha, sinalização ao longo dos percursos, calçadas para caminhadas, sistema de iluminação e paisagismo, com gramado, arbustos e arborização. Segundo a prefeitura de Sorocaba, a meta do Plano Cicloviário é a criação de 100 quilômetros de ciclovias interligadas até 2012, objetivo ousado para uma cidade de apenas 500 mil habitantes.
São Paulo (SP)
Apesar do trânsito caótico, a cidade de São Paulo vem aos poucos abrindo os olhos para a importância da bicicleta como meio de transporte. Iniciativas como a Ciclofaixa de Lazer e a Ciclovia do Rio Pinheiros estão ajudando a mudar a percepção da bicicleta inserida no meio de transporte da cidade.
Além disso, podemos ver que o sistema de trens e metrô da cidade começa a ser adaptado para integrar cada vez mais a bicicleta ao transporte público. Os bicicletários instalados em algumas estações são de grande importância e devem ser cada vez mais ampliados.
Há ainda a possibilidade de alugar bicicletas nas estações para realizar a comutação. Mas o ideal mesmo seria poder entrar com a bicicleta dentro dos vagões durante a semana, e não só aos fins de semana. O problema é que o sistema já estão tão saturado que é difícil arrumar espaço até para as pessoas, imagine a situação do ciclista.
Na cidade de São Paulo, a lei de n. 10.907/91 – Decreto 34.864/95 diz que toda nova avenida deve trazer consigo uma ciclovia. Até pouco tempo atrás, isto era uma verdadeira lenda – muitas ciclovias, como a da Avenida Sumaré e da Avenida Faria Lima, levam “do nada a lugar nenhum”. Mas é nítido o esforço, ainda que tímido, em mudar este quadro.
Há, ainda, um projeto de transformar o bairro de Moema, na zona sul, no primeiro bairro “amigo das bicicletas”, com cerca de 19 quilômetros de ciclofaixas pela região. Esta seria a primeira ciclofaixa de deslocamento, e não de lazer, na cidade de São Paulo. Se der certo em Moema, o projeto deve ser ampliado para outros bairros importantes, como Brooklyn, Itaim e Vila Olímpia.
Por todas essas iniciativas, é possível considerar a cidade de São Paulo como uma cidade com alguma estrutura para os ciclistas. Mas ainda há muito a melhorar.
Rio de Janeiro (RJ)
Ao longo das principais praias da zona sul do Rio, o ciclista encontra longos trechos de ciclovia, usadas principalmente para o lazer. Uma das ciclovias vai da Praia do Leblon até o centro da cidade.
Segundo a prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro conta hoje com cerca de 140 quilômetros de ciclovias em diversas regiões. Com o programa Rio Capital Bicicleta, a cidade planeja dobrar sua malha cicloviária nos próximos anos, dando prioridade à consolidação do sistema da Zona Oeste.
Além disso, a cidade conta com um sistema de aluguel de bicicletas muito interessante. Atualmente, há 190 bicicletas de aluguel espalhadas por 19 estações, que foram equipadas com câmeras de segurança, sensores e sistemas de alarme.
As estações ficam nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Humaitá, Gávea e Lagoa, na Zona Sul. A prefeitura em parceria com a Serttel, empresa responsável pelo serviço, anunciou que pretende expandir e criar novas estações em Botafogo, no Aterro do Flamengo, na Lapa, no Centro, e na Tijuca, na Zona Norte da cidade.
Pagando R$ 20 por mês, cariocas e turistas poderão utilizar o veículo. Já quem deseja alugar a bicicleta só por um dia, não precisa fazer cadastro no site. Basta ir até uma das estações em posse de um telefone celular e um cartão de crédito e se dirigir a uma das máquinas de cadastro. A diária da bicicleta sai a R$ 10.
Curitiba (PR)
A cidade de Curitiba, capital do Paraná, é conhecida mundialmente por seu planejamento viário, sua qualidade de vida e grandes áreas verdes na cidade. Atualmente, a cidade está em fase de conclusão de seu plano cicloviário, mas já é possível ver algumas ações pontuais que podem incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte.
A elaboração do plano cicloviário faz parte do programa Pedala Curitiba, que também prevê a recuperação da malha cicloviária atual, com sinalização em toda a rede existente. Além da criação de ciclovias, a cidade planeja a implantação de paraciclos, a instalação de bicicletários em locais estratégicos e a adoção de faixas compartilhadas na vida.
A cidade conta ainda com o programa “Pedala Curitiba“, projeto que incentiva a atividade física e o lazer com passeios noturnos e é desenvolvido pela Secretaria Municipal do Esporte e Lazer. Em média, cerca de 180 pessoas, entre jovens e adultos, participam do Pedala Curitiba. O “Pedala Curitiba” é monitorado por técnicos de esporte e lazer e acompanhado por guardas municipais e agentes de trânsito.
Brasília (DF)
O trânsito de Brasília, cidade planejada, é conhecido pela educação de seus motoristas, que param na faixa de pedestres mesmo que o farol (sinal) esteja aberto.
A cidade, que tem a geografia bem plana e ideal para a prática do ciclismo, criou o Pedala-DF, um plano cicloviários para incentivar o transporte por bicicleta.
A meta do programa é, até o fim do ano, construir a maior malha cicloviária da América Latina, com 600 km de extensão. Atualmente, a cidade tem apenas 42 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas e dificilmente deve cumprir a meta até o fim do ano. Mas é possível perceber uma movimentação na cidade pelo maior uso das bicicletas como meio de transporte.
Além das ciclovias, a cidade tem instalado bicicletários e paraciclos nas principais estações de metrô e terminais de onibus para incentivar a comutação dos residentes das cidades-satélite. Tem mais informações (ou críticas) ao sistema cicloviário de Brasília? Deixe nos comentários!
Porto Alegre (RS)
Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, também tem um Plano Cicloviário. A lei que prevê a criação de novos trechos de ciclovia na cidade foi sancioada em 2009.
A meta do plano cicloviário de Porto Alegre é a criação de uma rede de 495 quilômetros de extensão de ciclovias e ciclofaixas para garantir a bicicleta como meio de transporte para cerca de 200 mil habitantes. Além disso, a cidade conta com alguns investimentos privados, como a ciclovia implementada pelo BarraShopping Sul na avenida Diário de Notícias.
“O Plano Cicloviário está legitimando a bicicleta como novo meio de transporte na cidade. Mas ainda precisamos trabalhar na conscientização da população”, avaliou o presidente da Associação dos Ciclistas da Zona Sul, Paulo Roberto Alves, o Lagartixa, em entrevista ao site da Prefeitura. Veja o mapa do Plano Cicloviário de Porto Alegre.
Aracaju (SE)
No Nordeste do País, Aracaju dá um ótimo exemplo com um sistema de ciclovias com 62 quilômetros de extensão. Segundo a prefeitura da cidade, que já investiu mais de R$ 11 milhões na ampliação e estruturação de vias exclusivas para ciclistas, o objetivo é se transformar na “capital da bicicleta”.
A cidade conta ainda com três bicicletários mantidos pela prefeitura, sendo dois no Centro com 40 vagas de estacionamento, equipados com paraciclos duplos e seguindo padrões adotados mundialmente, e um terceiro no Parque Agusuto Franco (Sementeira).
Para o coordenador de ciclomobilidade da prefeitura de Aracaju, Fabrício Lacerda, ainda há muita coisa para ser feita na cidade para estimular o uso da bicicleta, assim como para garantir a infraestrutura adequada aos aracajuanos que já pedalam. “Mas também existe bastante coisa boa. Muitas ciclovias estão sendo utilizadas tanto por pessoas que usam a bicicleta no trajeto para o trabalho quanto por aquelas que pedalam por opção, como forma de lazer”, diz.
Afuá (PA)
A cidade de Afuá, no Pará, não poderia ficar de fora desta lista. Apesar de ser bem pequeno, o município ficou famoso após aparecer na televisão por um fato curioso: não há carros na cidade e todo o transporte urbano é feito por bicicletas. Conhecida como “Veneza da Ilha de Marajó”, a cidade tem apenas 40 mil habitantes e é repleta de canais e palafitas. Quando o Rio Afuá enche, a cidade alaga e fica impossível o trânsito de carros. Por isso, todo o transporte da cidade é feito com bicicletas. Uma das atrações da cidade é o “bicitáxi”, veículo de quatro rodas não motorizado construído a partir da junção de duas bicicletas, que serve como transporte local.
Por http://consumidormoderno.uol.com.br em 04.3.2012
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