quinta-feira, 3 de maio de 2012
Bicicletas de aluguel pelo mundo
Essa semana foram publicadas algumas notícias sobre o sistema de aluguel de bicicletas que deve ser implantado em São Paulo em breve. Antes, porém, de me debruçar sobre ele, vou falar um pouco sobre os sistemas europeus que criaram o modelo que inspirou a capital paulista.
O modelo surgiu em 2005 na cidade de Lyon, na França, e se chamou “Velo’v”. A empresa de publicidade JCDecaux ofereceu à prefeitura uma frota de bicicletas que estariam espalhadas em diferentes pontos da cidade e poderiam ser alugadas por qualquer pessoa a preços bem baratos. Em troca, a prefeitura cedeu à empresa espaços públicos de mobiliário urbano (traseiras e pontos de ônibus, por exemplo) para serem usados como mídia publicitária. A JCDecaux, então, vendeu esses espaços aos seus clientes, para a colocação de anúncios publicitários, e saiu no lucro.
O sistema de Lyon deu tão certo que foi copiado, em 2007, em Paris, onde se chama Velib e, em Londres em 2010, onde se chama Barclay’s (mas acabou mesmo ficando conhecido como “Bori’s bikes”, em alusão ao prefeito Boris Johnson, que ganhou as lançou, muito embora não pudesse tê-lo feito se não fosse o início do estudo de inserção das bicicletas na mobilidade urbana por seu antecessor, Key Livingstone).
Esses sistemas de aluguel envolveram uma relação de troca: as empresas receberiam espaços públicos onde poderiam colocar anúncios publicitários e, em contrapartida, entregariam à população um sistema de aluguel de bicicletas inteligente e barato (nas três cidades, a primeira meia hora de aluguel é gratuita e as horas seguintes não passam de R$ 5 – sendo que há planos anuais que deixam o sistema ainda mais barato). Em cada estação de aluguel de bikes há um mapa com as melhores vias cicláveis das redondezas e a bicicleta pode ser retirada e devolvida em pontos diferentes – o que facilita seu uso como meio de transporte.
Mas, apesar de ser regulamentado por setores da prefeitura que cuidam da paisagem urbana, o processo teve a presença constante dos setores de mobilidade. As áreas em que os primeiros pontos de bicicleta seriam implantadas, os locais de cada ponto de aluguel e os planos de crescimento do sistema foram estrategicamente pensados levando em conta: a integração com o transporte público, o treinamento de motoristas de ônibus coletivos para uma convivência pacífica com ciclistas, campanhas publicitárias dirigidas a motoristas de veículos motorizados com o intuito de evitar acidentes e a construção de infraestrutura para bikes (como ciclovias e bicicletários) em alguns locais da cidade.
Por http://planetasustentavel.abril.com.br em 22.3.2012
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