Um acidente no km 94 da BR 290, a freeway, em frente às obras da Arena do Grêmio, na
Capital, causou uma morte e tumulto na noite de domingo. José Elias Machado, 40 anos,
trabalhador da construtora OAS Engenharia, morreu atropelado por uma caminhonete F-250. A
Polícia Rodoviária Federal chegou a informar inicialmente que se tratava de um trabalhador das
obras da BR 448 (Rodovia do Parque).
Revoltados, os colegas da vítima e os moradores da Vila Areia tentaram linchar o motorista. Em
meio aos protestos, começou um incêndio no alojamento dos operários, com capacidade para
400 pessoas, a cerca de 200 metros do local do acidente. Todos ficaram desalojados e muitos
perderam bens e documentos.
"Fiquei só com a roupa do corpo", disse Rubens José de Jesus, 32 anos, que perdeu até os
presentes que comprou para enviar para a família no Sergipe.
Cinco viaturas de bombeiros foram chamadas para combater as chamas, e a Polícia investiga a
possibilidade de que o fogo tenha sido proposital. Alguns operários falavam em revolta pelas
condições de trabalho, mas ninguém assumiu a autoria do incêndio. Segundo eles, a distância
entre o canteiro de obras e o alojamento obrigava o cruzamento diário da rodovia, o que teria
causado o atropelamento do colega.
A PRF e a Brigada Militar tiveram trabalho para conter o grupo, impedir o linchamento e
remover o veículo do local.
O proprietário dos galpões onde funcionava o alojamento dos operários, Ilgo João Kopplin,
calcula prejuízo de R$ 10 milhões. Duas construções eram de madeira e queimaram
integralmente, e um terceiro prédio em alvenaria teve perda quase total.
Os operários foram colocados em ônibus e levados para alguns alojamentos próximos a Arena,
para dois hotéis na Capital, um alojamento em Cachoeirinha e um ginásio em Guaíba. Porém, no
final da noite um novo incêndio destruiu um dos alojamentos, provocando nova movimentação.
A BM esteve no local com o pelotão de choque. O comandante do Policiamento da Capital,
coronel Atamar Cabreira disse que medida era apenas preventiva. Segundo ele, a BM doou 300
colchões para que a empresa pudesse acomodar os operários. Por Jornal Correio do Povo 03/10/2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
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