terça-feira, 25 de outubro de 2011

Usuários do Trensurb disputam espaços e lotação preocupa

A menos de dois meses do início das operações na extensão do trem até Novo Hamburgo, a lotação é um fator que está preocupando usuários que dependem do transporte diariamente e que já enfrentam dificuldades em horários de pico. Conforme o gerente de operações da Trensurb, Rubenildo de Azeredo Ignácio, deve haver um crescimento de 15 a 18 mil passageiros só com a entrega desse trecho que compreende da Estação Rio dos Sinos, em São Leopoldo, até a Santo Afonso, em Novo Hamburgo. Já quando os outros três terminais estiverem prontos – setembro de 2012 –, o incremento deve ser de um total de 30 mil pessoas.
Ontem, parte dos passageiros que esperavam para embarcar na Estação São Leopoldo não conseguiu entrar nos vagões e teve que esperar pelo outro trem. “Não dá nem para se mexer. Já chegamos ao ponto de ter que disputar um espaço para viajar em pé dentro do vagão”, reclamou a estudante Clarissa Assunção, 23 anos, que ontem optou por esperar por outro trem para seguir até a capital. Porém, o gerente de operações da Trensurb observa que essa foi uma situação isolada e que geralmente não há lotação nos trens. Segundo ele, os vagões partem com uma média de 450 pessoas de São Leopoldo em direção a Porto Alegre, o que é um “nível de conforto muito grande’’, ao considerar que a capacidade máxima é de 1.080 passageiros.
Variação de passageiros
“Cobrimos metade das despesas e o resto é subsidiado pelo governo.’’ Na busca por mais conforto – e até mesmo por um acento – Rubenildo salienta que as pessoas têm outras opções de transporte, como o ônibus. O gerente de operações reconhece situações pontuais causadas principalmente por fatores climáticos. “Quando perdemos duas ou três viagens vamos ter maior demanda, mas é um problema que foge do nosso controle.’’ Atualmente, o transporte é subsidiado e a empresa precisa ter faturamento suficiente para repor a taxa de cobertura.
Alternativa é ampliação da capacidade
O presidente da Trensurb, Humberto Kasper, considera exagero falar em superlotação. “Na verdade, o que existe é uma lotação em alguns trechos nos horário de pico’’, alega ele, que atribui isso ao crescimento de passageiros que vêm utilizando os transportes públicos. “É um resultado do crescimento econômico e temos plena consciência dessa situação. Sabemos que a cada ano o número de passageiros vai aumentar.’’ Como alternativa, Kasper avalia a ampliação de capacidade. “Nosso sistema de sinalização tem capacidade limite de 4 minutos para a saída de cada trem da Estação Mercado, por exemplo. Nossa intenção seria ampliar essa frequência de 2 ou 3 minutos, mas não é algo simples, pois demanda recursos e tempo’’, garante.
Compra de novos trens pode ajudar
A compra de oito novas composições, com seis vagões cada, seria outra alternativa para aliviar o transporte. Kasper explica que o projeto está pronto, mas aguarda liberação de recursos. Os novos trens poderiam comportar 2,4 mil passageiros e custariam R$ 30 milhões. Isso, segundo Kasper, acarreta uma longa espera de um ano e meio para cada composição. “Esse é o tempo para a construção de um trem.’’ Para driblar o fator tempo, o presidente da Trensurb revela uma terceira hipótese que ainda está sendo avaliada. “Estamos estudando um acordo com outra empresa para abarcar alguns trens de sua frota na Trensurb. Essa alternativa só seria viável se ela ocorresse em até um ano.’’ Por Jornal Vale do Sinos em 25/10/2011

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