segunda-feira, 24 de outubro de 2011

BR448 Obras em ritmo acelerado

As obras de implantação da BR-448, a Rodovia do Parque,
no Rio Grande do Sul, seguem na mesma velocidade
com que os motoristas podem vir a trafegar na
nova estrada: a 100 quilômetros por hora. A conclusão da estrada,
na avaliação de especialistas, trará alento a quem hoje conta exclusivamente
com a já saturada BR-116 como alternativa para
chegar a Porto Alegre. O tráfego médio diário no trecho metropolitano dessa rodovia
chega a 130 mil veículos. Porém, muito mais do que
alento, a BR-448 vem para alavancar a economia gaúcha.
E é nisso que estudiosos e empresários apostam, uma vez
que 86% do transporte de tudo que é produzido no Rio
Grande do Sul é feito por caminhões. Por esses motivos, a
Rodovia do Parque é considerada a obra rodoviária mais
importante do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) no Estado.
COMPETIVIDADE
A BR-448 é apontada como a possibilidade real de tornar
novamente viável a circulação de mercadorias dentro do Rio Grande do Sul. Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), pelo menos 80% de tudo o que chega no
Estado ou dele sai passa hoje pela Região Metropolitana
e inevitavelmente pela BR-116. “A 116 vem há muito tempo
dificultando os negócios da Serra Gaúcha e da Região
Metropolitana, e com a BR-448 já podemos vislumbrar o
impacto positivo na economia dessas regiões do Estado”,
resume o economista da FEE, Alfredo Meneghetti Neto.
O secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção
do Investimento, Mauro Knijnik, concorda que o Rio
Grande do Sul está perdendo oportunidades de negócios por causa da dificuldade de deslocamento dentro da Região Metropolitana. “Há anos o Rio Grande do Sul
perde tempo, dinheiro e oportunidades de negócios. A
nova ligação vai significar geração de riqueza e vantagem
logística. Ela comprova que o Brasil e o Rio Grande do Sul
estão em um novo momento, resolvendo seus gargalos
de infraestrutura com o objetivo de recuperar o atraso de
desenvolvimento e manter acelerado o ritmo do crescimento
econômico. Recuperamos a nossa capacidade de
investir”, pontua.
ESTUDO DNIT
Estudo realizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes (Dnit) reforça quanto a Rodovia
do Parque será importante para os gaúchos. Estima-se
que de 30% a 40% dos condutores que transitam hoje
pela BR-116 deverão optar pela nova estrada no futuro.
Isso se explica por suas peculiaridades. Além de ser uma
estrada que terá três faixas de rolamento em mais de 13
dos seus 22,3 quilômetros de extensão, contará com poucos
acessos, apenas os de entrada e saída das cidades
que cortará. “Ela passará pelo lado oeste de Sapucaia do
Sul, Esteio, Canoas e Porto Alegre. Com poucos acessos,
torna-se praticamente uma autoestrada. Além da sua geometria
pouco sinuosa”, acrescenta o coordenador geral
do Consórcio Enecon/STE Gerenciador das Obras BR-448,
engenheiro Luiz Antônio Didoné.
Confiante nessa característica de autoestrada, o presidente
do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e
Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), José Carlos Silvano, sempre defendeu a construção da Rodovia do Parque.
Silvano lembra que a entidade, que conta com mais
de oito mil empresas associadas, há dez anos reivindicava
uma solução para o que considera “o maior problema logístico
dos gaúchos: a BR-116”.
Para Silvano, a BR-448 é a possibilidade da implementação
de um anel viário na Região Metropolitana
de Porto Alegre e soluciona problemas graves
de trafegabilidade nas cidades por onde passará. “A
BR-448 fará a ligação de quatro importantes rodovias.
São elas: as BRs 116, 386 e 290, além da RS-118.
Essa integração desviará o fluxo de dentro da cidade
de Canoas (hoje a mais afetada pelo tráfego intenso
de veículos da Região Metropolitana por ter a BR-
116 passando por dentro dela). Ou seja, a Rodovia
do Parque vem corrigir essa distorção que temos
hoje no Estado.”
EXTENSÃO BR 448
Desde o início do ano, empresários da Serra Gaúcha estão
mobilizados na busca de uma espécie de prolongamento
da BR-448, confirmando a sua importância para os municípios
daquela região. O objetivo é buscar no governo
federal, por meio do PAC, recursos para fazer um cotovelo
da Rodovia do Parque, entre Esteio e Portão, onde a nova
estrada se ligaria à RS-240. Em maio, o então presidente
da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs),
Paulo Tigre, assinou ofício confirmando o projeto e a idealização
da já chamada Rodovia da Serra.
Problemas na infraestrutura também preocupam a Federação
das Associações Comerciais e de Serviços do Rio
Grande do Sul (Federasul). “Sem estradas, portos, aeroportos
e saneamento, o Brasil entra em colapso e não
cria as ferramentas para induzir o crescimento. A construção da Rodovia do Parque é uma parte das soluções dos enormes gargalos para o progresso, pois a falta de
infraestrutura reduz a produtividade e a competitividade.
A Rodovia do Parque, quando for concluída, será uma alternativa
da BR-116”, observa o presidente da entidade,
José Paulo Dornelles Cairoli. Por Infovias RS 24/10/2011

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