Principal ligação da região com a Capital e rota de grande parte da população, a BR-116, além da habitual tranqueira, é também uma armadilha para quem tem o azar de ficar empenhado e ir parar no acostamento. Isso porque grande parte da rodovia está às escuras, prato cheio para os criminosos. A boa notícia é seis quilômetros do trecho em Novo Hamburgo, a situação deve melhorar em menos de uma semana: até terça-feira, a Prefeitura pretende encerrar a troca de 254 braços, luminárias e lâmpadas da rede que ficam no trecho de seis mil metros da rodovia, entre os quilômetros 242 e 236. “Se o tempo ajudar, podemos encerrar o serviço até nesta sexta-feira. Depois que terminar, vão deixar a via bem mais clara e segura”, comenta o gerente de Iluminação Pública do Município, Elvis Francisco.
Já fazia quatro anos que as luminárias não passavam por manutenção completa. Há 15 dias, a reportagem do Jornal NH percorreu parte da BR-116 que está em recuperação e encontrou pelo menos cem luminárias às escuras. O trecho mais preocupante ficava entre os acessos das Avenidas Coronel Frederico Linck e 7 de Setembro, onde 58 lâmpadas não funcionavam. “Estávamos com problemas em cerca de 50% dessa rede”, reconhece Francisco.
Segundo o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Carlos Adalberto Pitta Pinheiro, a responsabilidade pela instalação e manutenção de postes e luminárias é dos municípios cortados pela BR-116. “Cabe às prefeituras garantir a iluminação dos trechos dentro do seu território. As cidades que não tem lâmpadas em seus trechos podem nos encaminhar projetos que serão bem aceitos”, orientou Pinheiro.
Entre os motoristas que precisam utilizar a via com frequência está Samuel Zaniol, 32 anos. Ele é morador de Caxias do Sul, mas precisa vir semanalmente a Novo Hamburgo para suas aulas na Feevale. “A situação é precária. A maior parte do trecho que utilizo nem postes de luz tem”, reclama.
ENTENDA AS MELHORIAS
LÂMPADAS - As novas lâmpadas instaladas na cidade serão de vapor de sódio que, conforme a Prefeitura, são muito mais seguras, eficientes e econômicas que as antigas, de mercúrio.
INVESTIMENTO - A iniciativa exigiu investimentos de R$ 92.200,70 e faz parte do projeto ReLuz, que ainda ocorre em outros pontos de Novo Hamburgo. “Se ainda der problema, os novos materiais instalados têm garantia média de cinco anos, o que facilitará futuras manutenções”, diz Elvis Francisco.
HORÁRIO - O serviço na rodovia está sendo feito por quatro equipes, sempre entre 10 e 14 horas, para evitar maiores congestionamentos.
AMPLIAÇÃO - Se transitar nessa parte da BR-116 ficará melhor em breve, entre o viaduto da Rua Rincão até o bairro Roselândia, onde a área urbana é menos intensa, não existem nem postes de luz e a situação deve permanecer assim por enquanto. A Prefeitura informou que não há projeto e nem recursos para este ano ligados ao complemento da iluminação da BR-116 neste trecho.
ÀS ESCURAS - Em Dois Irmãos e Estância Velha, a situação é semelhante: não há iluminação e os poucos pontos de claridade vêm das ruas laterais e não da rodovia. Em Ivoti, o trecho de responsabilidade do município é pequeno – são apenas 40 lâmpadas e a prefeitura informou que manutenção foi feita na última semana.
SITUAÇÃO NA REGIÃO
ESTÂNCIA VELHA - O trecho não tem postes de luz e a pouca iluminação pública vem de luminárias que ficam nas ruas laterais. O secretário de Obras Sérgio Schroer diz que um tipo de obra como essa – instalar iluminação pública na rodovia, é muito trabalhosa e cara, porém, promete iniciar mobilização. “Vou solicitar uma reunião com outras secretarias e até o com o prefeito para que o tema seja debatido”, garantiu.
IVOTI - O curto trecho é iluminado.
Dois Irmãos - Também não há luz. O prefeito Miguel Schwengber explicou que a instalação de luzes em todo o trecho do município não é feita por não ser -uma prioridade da comunidade. “Não recebemos solicitações nesse sentido”, conta. Contudo, o chefe do Executivo ressalta que as proximidades do quilômetro 223 deve receber iluminação primeiro. “Há uma grande fábrica no local e, por consequência, a movimentação de pessoas é muito maior”.
Por Jornal Diário de Canoas em 28.3.2012
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